quarta-feira, 11 de março de 2015

Igor Clayton Cardoso

A expansão árabe

Na Península Arábica, cinco sextos do território correspondem a áreas desérticas, só havendo condições propícias para a concentração humana nos oásis e nas proximidades do mar, especialmente nas regiões do Iêmen e Hedjaz (margem arábica do Mar Vermelho).
Até o fim do século VI, a população árabe, de origem semita, vivia dividida em aproximadamente trezentas tribos constituídas pelos beduínos e pelas tribos urbanas. Os beduínos eram tribos do interior que vagavam pelo deserto em busca de um oásis onde pudessem alimentar seus rebanhos e viviam em guerras constantes, fazendo do saque o principal recurso para a sua sobrevivência. As tribos urbanas, diferentemente, eram os habitantes da faixa costeira do Mar Vermelho e do sul da península, cujas condições climáticas e fertilidade do solo favoreciam sua sobrevivência. Nessas regiões, mais propícias à sedentarização, surgiram cidades como Meca e Iatreb (futuramente Medina), que se tornaram grandes centros comerciais da Arábia.
Meca, além de importante centro de convergência das caravanas de mercadores procedentes da África, do Extremo Oriente e de outras regiões, era também o principal centro religioso da Arábia. Desde o século V, todos os anos para lá se dirigiam os árabes das cidades e os beduínos, a de visitar a Caaba, santuário que abrigava as imagens de todos os deuses cultuados pelas diversas tribos árabes. A Caaba, assim como a cidade de Meca, era administrada pelos coraixitas, tribo de aristocratas cujo poder e prestígio advinham dessas peregrinações e do controle do comércio das caravanas.
Até o século VII, a região da Arábia desconhecia Estados organizados, sendo as tribos beduínas e urbanas, chefiadas pelo xeques (sheiks)

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